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Reviravoltas inesquecíveis: Cinco roteiros que chocaram o mundo do cinema

O Sexto Sentido é um dos filmes com os melhores roteiros do cinema. Foto: Spyglass Entertainment.

Os finais surpreendentes são a magia do cinema. Quando bem executados, nos deixam sem chão, agarrando-se às bordas da poltrona, questionando cada cena que passou diante de nossos olhos. 

É o sonho de todo roteirista criar uma trama que, além de cativar o público, desestabilize-o com uma reviravolta inesperada. Para muitos, essa surpresa é moldada antes mesmo da trama principal, enquanto outros roteiristas se entregam ao curso da narrativa, deixando-se levar até um final chocante. 

Aqui, listamos cinco filmes que conseguiram esse feito, entregando finais tão inesquecíveis que se tornaram referências no cinema mundial.

ATENÇÃO: Este artigo contém spoilers. Continue por sua conta e risco. 

Psicose (1960)

Psicose (1964) está entre os filmes com melhores roteiros. Foto: Paramount.
Foto: Paramount.

“Psicose” é uma obra-prima do suspense dirigida pelo mestre Alfred Hitchcock e com roteiro escrito por Joseph Stefano.

O filme se inicia com Marion Crane (Janet Leigh), uma secretária que rouba $40.000 de seu empregador para fugir com seu amante, Sam Loomis (John Gavin). Tentando evitar ser capturada, Marion dirige por estradas secundárias sob forte chuva e decide passar a noite no Bates Motel, um estabelecimento remoto e aparentemente inócuo.

No motel, ela conhece Norman Bates (Anthony Perkins), o tímido e estranho gerente do motel que vive na velha casa adjacente com sua mãe. O jovem Bates parece ser dominado pela mãe, a quem nunca vemos, mas frequentemente ouvimos repreendendo-o. 

Durante a estadia de Marion, a atmosfera no motel se torna cada vez mais tensa e desconfortável, especialmente após uma conversa peculiar entre Marion e Norman sobre a relação dele com sua mãe.

SPOILER ALERT:

A cena mais icônica do filme e uma das mais famosas da história do cinema acontece quando Marion decide tomar um banho. Enquanto está no chuveiro, uma figura feminina esfaqueia Marion até a morte. 

Após o assassinato, Norman descobre o corpo e, chocado, cuida da limpeza da cena do crime, colocando o corpo e o carro de Marion em um pântano próximo.

O desaparecimento de Marion leva sua irmã, Lila Crane (Vera Miles), e Sam a investigarem. Eles descobrem o motel e, eventualmente, os segredos sombrios de Norman Bates.

O final surpreendente revela que a “mãe” de Norman está morta há anos e que ele desenvolveu uma segunda personalidade, a da mãe. Foi esta personalidade que cometeu os assassinatos, enquanto o “Norman” original estava, de certo modo, inconsciente. 

A grande reviravolta é que a mãe dominadora e possessiva, muitas vezes ouvida e discutida ao longo do filme, era, na verdade, Norman em um estado dissociativo. A descoberta final da mãe morta e mumificada no porão da casa é uma das cenas mais chocantes e memoráveis do cinema.

A habilidade de Hitchcock em manipular as expectativas do público e apresentar um final completamente inesperado solidificou “Psicose” como uma obra-prima do suspense e estabeleceu um novo padrão para o gênero.

O Sexto Sentido (1999)

"O Sexto Sentido" está entre os filmes com melhores roteiros. Foto: Spyglass Entertainment.
Foto: Spyglass Entertainment.

“O Sexto Sentido” é um thriller psicológico sobrenatural dirigido por M. Night Shyamalan. A história segue o Dr. Malcolm Crowe (interpretado por Bruce Willis), um renomado psicólogo infantil que está tentando ajudar um jovem perturbado chamado Cole Sear (Haley Joel Osment). 

Cole possui um segredo perturbador: ele vê e se comunica com os mortos. Ao longo do filme, Malcolm tenta desvendar o mistério por trás da habilidade assustadora de Cole e ajudar o menino a lidar com os fantasmas que parecem assombrá-lo.

A relação entre Malcolm e Cole se aprofunda, com ambos tentando entender e aceitar o dom único de Cole. Cole revela a Malcolm sua famosa frase: “Eu vejo pessoas mortas”. 

À medida que a trama se desenvolve, somos apresentados a vários momentos intensos e emocionais que destacam a luta de Cole para encontrar seu lugar em um mundo onde ele é atormentado por espíritos que buscam sua ajuda.

SPOILER ALERT:

O filme é mais conhecido por sua reviravolta surpreendente no final. Durante todo o filme, acreditamos que Dr. Malcolm está vivo e tentando ajudar Cole. 

No entanto, é revelado que Malcolm, na verdade, é um dos mortos que Cole consegue ver. Ele havia sido morto no início do filme por um ex-paciente e, sem perceber sua própria morte, passou todo o tempo tentando ajudar Cole. 

O momento da revelação é um choque para a maioria dos espectadores, transformando a percepção de toda a narrativa e solidificando o filme como um dos mais memoráveis do gênero.

Planeta dos Macacos (1968)

Planeta dos Macacos (1968) está entre os filmes com os melhores roteiros. Foto: 20th Century Fox.
Foto: 20th Century Fox.

Planeta dos Macacos” é um filme de ficção científica icônico baseado no romance de Pierre Boulle. O roteiro, adaptado para a tela por Michael Wilson e Rod Serling, traz uma narrativa envolvente e surpreendente. 

A história começa com o astronauta George Taylor (interpretado por Charlton Heston) e sua equipe viajando em uma missão espacial. Devido a uma falha, eles acabam aterrissando em um planeta desconhecido no futuro distante.

Neste estranho mundo, os papéis foram invertidos: macacos são a espécie dominante e os seres humanos são selvagens, desprovidos de fala e tratados como animais ou escravos. 

Taylor é capturado e levado para uma cidade onde primatas inteligentes – gorilas, orangotangos e chimpanzés – têm papéis diferentes na sociedade. Ele se torna uma curiosidade, especialmente porque, ao contrário dos outros humanos neste planeta, ele pode falar.

Com a ajuda de dois chimpanzés amigáveis, Zira (Kim Hunter) e Cornelius (Roddy McDowall), Taylor tenta descobrir a verdade sobre este mundo invertido e planeja sua fuga.

SPOILER ALERT:

A grande reviravolta do filme ocorre em seu final. Ao tentar escapar das autoridades símias e descobrir a origem dos seres humanos neste planeta, Taylor chega a uma praia e se depara com os restos da Estátua da Liberdade enterrados na areia. Ele percebe, horrorizado, que este “planeta desconhecido” é, na verdade, a Terra.

A humanidade havia se destruído em algum tipo de guerra ou catástrofe, e os macacos evoluíram para se tornar a espécie dominante. Taylor grita em desespero, “Malditos sejam! Malditos sejam todos ao inferno!” ao perceber a devastação que sua própria espécie causou.

O final é uma poderosa condenação ao auto-aniquilamento da humanidade e serve como uma advertência sobre o perigo do poder desenfreado e da autodestruição. É um dos finais mais surpreendentes e memoráveis da história do cinema.

O Menino do Pijama Listrado(2008)

O Menino do Pijama Listrado está entre os melhores roteiros. Foto: BBC Films.
Foto: BBC Films.

O filme O Menino do Pijama Listrado”, com roteiro adaptado por Mark Herman, se passa durante a Segunda Guerra Mundial e segue a história de Bruno (Asa Butterfield), um menino alemão de oito anos de idade, filho de um comandante de um campo de concentração nazista. 

Quando sua família se muda de Berlim para uma casa no campo devido à promoção do pai, Bruno se sente solitário e entediado. Desconhecendo a verdade sobre o trabalho de seu pai e o que realmente acontece no campo, Bruno decide explorar o que ele pensa ser uma fazenda.

Em suas explorações, Bruno chega à cerca do campo de concentração e conhece Shmuel (Jack Scanlon), um menino judeu da mesma idade que veste “pijamas listrados” (o uniforme dos prisioneiros). Os dois formam uma amizade inocente e secreta, se encontrando frequentemente junto à cerca. 

No entanto, Bruno permanece ignorante sobre a verdadeira natureza do campo e sobre a situação de seu novo amigo.

SPOILER ALERT:

Final: O desfecho do filme é trágico e impactante. Bruno, tentando ser um bom amigo, decide ajudar Shmuel a encontrar seu pai, que desapareceu dentro do campo. Para fazer isso, Bruno veste um dos “pijamas listrados” e se infiltra no campo. 

No entanto, os dois meninos são tragados pela cruel realidade do Holocausto e acabam sendo levados para uma câmara de gás junto com outros prisioneiros. 

O filme termina com a mãe de Bruno, Elsa (Vera Farmiga), desesperadamente procurando por ele, enquanto o pai (David Thewlis) percebe, tarde demais, o destino horrível de seu filho.

Desejo e Reparação (2007)

"Desejo e Reparação" (2007) está entre os filmes com melhores roteiros. Foto: Universal.
Foto: Universal.

“Desejo e Reparação”, baseado no romance de Ian McEwan e com roteiro adaptado por Christopher Hampton, é um drama épico que se desenrola entre o amor proibido, os mal-entendidos e as consequências devastadoras das ações impulsivas. 

A trama é ambientada na Inglaterra dos anos 1930, começando na propriedade da família Tallis e, posteriormente, deslocando-se para o contexto da Segunda Guerra Mundial.

A história é centrada em três personagens principais: Cecilia Tallis (Keira Knightley), sua irmã mais nova, Briony (Saoirse Ronan, na juventude; Romola Garai, na adolescência; Vanessa Redgrave, na velhice), e Robbie Turner (James McAvoy), filho da governanta da família Tallis.

Robbie e Cecilia têm sentimentos secretos um pelo outro, que culminam em um momento íntimo ao lado de uma fonte. 

No entanto, Briony, através de uma série de mal-entendidos e impulsionada pela própria imaginação e ciúmes, acusa Robbie de um crime que ele não cometeu. Esse ato impensado muda para sempre o curso de suas vidas.

SPOILER ALERT:

À medida que a história avança, Robbie é enviado para lutar na Segunda Guerra Mundial após ser liberado da prisão sob a condição de alistar-se no exército. 

Enquanto isso, Cecilia torna-se enfermeira e se distancia de sua família devido à falsa acusação contra Robbie. Briony, percebendo o erro terrível que cometeu, também se torna enfermeira, buscando de alguma forma expiar seu erro.

Na última parte do filme, descobrimos, através da Briony idosa (Vanessa Redgrave), que Robbie e Cecilia nunca tiveram o reencontro esperado. Ambos morreram durante a guerra – Robbie na França e Cecilia durante o bombardeio em Londres. 

A história de amor que Briony escreve, onde eles se reúnem e vivem felizes, é uma ficção – um ato de reparação para dar a eles, no papel, o final feliz que sua impulsividade lhes negou na realidade.

E aí, curioso incorrigível! Se você ultrapassou todos os sinais de spoiler e mergulhou de cabeça em cada final inesperado, pode ser que agora esteja se lamentando por ter tirado o impacto de assistir a esses filmes. Bem, é nesse ponto que geralmente ouvimos alguém dizer “Eu te avisei!”

Mas olhe pelo lado bom: o cinema é uma arte tão rica que mesmo conhecendo o final de uma história, a jornada para chegar até ele ainda pode ser fascinante. Cada detalhe da cinematografia, a atuação, a música, a direção e até mesmo a forma como a reviravolta é construída pode ser uma experiência por si só.

E para aqueles que estão sentindo que o encanto de ver esses filmes se perdeu, temos uma sugestão: inspire-se neles! Quem sabe você não tem dentro de si a próxima grande reviravolta do cinema? Talvez seja hora de pegar uma caneta e um papel (ou um teclado) e começar a esboçar sua própria história com um final ainda mais surpreendente do que os mencionados aqui.

Afinal, como dizem, quando uma porta se fecha, outra se abre. Ou, neste caso, quando um final é revelado, outro está esperando para ser escrito. Por que não por você?

Continue acompanhando o que há de mais relevante no mundo das artes aqui no Blog Hipérion!

Wilson Almeida

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