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Revelações Deslumbrantes do Mundo do Teatro

5 curiosidades sobre o Teatro.

Em cada esquina de Nova Iorque, esconde-se uma história teatral esperando para ser contada. Da vibrante Broadway aos segredos linguísticos de Shakespeare, o mundo do teatro está repleto de surpresas e fatos pouco conhecidos que desafiam nossas noções preconcebidas. Vamos desvendar alguns deles?

Shakespeare: O mestre das palavras que definiu o inglês moderno

William Shakespeare um dos maiores nomes do teatro antigo. Foto: Reprodução/Internet.
Foto: Reprodução/Internet.

Ao se falar de William Shakespeare, muitos imediatamente pensam em suas tragédias épicas, romances comoventes e comédias engraçadas. Suas histórias, personagens e diálogos cativaram gerações e continuam a inspirar obras em todo o mundo. No entanto, uma das contribuições menos reconhecidas, mas igualmente significativas, do Bardo à cultura e à língua é a sua invenção e adaptação de palavras que se tornaram parte integrante do vocabulário inglês.

É impressionante pensar que Shakespeare é responsável por inventar mais de 1.700 palavras modernas. Em uma época sem dicionários padronizados e com a língua inglesa ainda em evolução, ele tinha a liberdade criativa de moldar e adaptar a língua de acordo com as necessidades de suas peças. Se uma palavra não existisse para transmitir exatamente o que ele queria, ele simplesmente a criava.

Algumas das inovações linguísticas de Shakespeare envolveram a criação de portmanteaus – palavras formadas pela combinação de duas outras palavras. Ele também foi pioneiro na transformação de substantivos em verbos e vice-versa, uma prática que é muito comum na flexibilidade do inglês moderno.

Para ilustrar, palavras como “bolha” podem parecer corriqueiras para nós hoje, mas em algum momento, essa era uma inovação de Shakespeare para descrever um fenômeno simples e efêmero. “Assassino” era uma nova maneira de descrever alguém que mata com motivação e premeditação. “Publicidade” nos dá uma ideia de como ele via a promoção e a propagação de informações. “Exposição” e “hobnob” são outras adições à língua que mostram o alcance e a profundidade de sua influência linguística.

A genialidade de Shakespeare não se limitou apenas ao drama e à poesia; ele foi um verdadeiro mestre da língua. Ele não só compreendia profundamente a língua inglesa, mas também a moldou, expandiu e enriqueceu. Ao fazer isso, ele deixou um legado que vai além das páginas das suas peças e sonetos e se infiltra na própria maneira como nos comunicamos diariamente. E assim, mesmo inconscientemente, muitos de nós prestamos homenagem a este grande dramaturgo todos os dias, simplesmente ao falar.

Off-Broadway: Muito além da geografia, uma questão de capacidade

New World Stages, um teatro Off-Broadway em Manhattan. Foto: Reprodução/Wikipedia.
New World Stages, um teatro Off-Broadway em Manhattan. Foto: Reprodução/Wikipedia.

Ao passear por Nova Iorque, é impossível não sentir a vibrante energia da cena teatral da cidade. O nome ‘Broadway’ evoca imagens de teatros imensos, luzes cintilantes e produções grandiosas. E, ao ouvir ‘off-Broadway’, muitos podem pensar que se refere a produções localizadas em ruas adjacentes ou próximas, mas não diretamente na Broadway. No entanto, a distinção entre ‘Broadway’ e ‘off-Broadway’ não é geográfica – ela está diretamente relacionada ao número de assentos que um teatro possui.

Os teatros da Broadway, considerados os maiores da cidade, são locais que comportam pelo menos 500 espectadores. Eles são conhecidos por suas produções opulentas, elencos estrelados e ingressos frequentemente a preços elevados. Estes teatros oferecem espetáculos que muitas vezes se tornam sucessos internacionais e são reconhecidos em premiações de alto calibre, como o Tony Awards.

Em contraste, os teatros off-Broadway têm uma capacidade que varia entre 100 e 499 assentos. Embora sejam menores em tamanho, muitos argumentam que são grandiosos em talento e inovação. Por não terem a pressão massiva de retornos financeiros que os teatros da Broadway enfrentam, muitas vezes as produções off-Broadway podem correr riscos criativos maiores, explorando temas mais profundos ou abordagens inovadoras. Não é raro ver peças off-Broadway migrando para a Broadway após ganharem reconhecimento e popularidade.

Já os teatros “off-off-Broadway”, com menos de 100 assentos, são as verdadeiras joias escondidas do cenário teatral de Nova Iorque. Estes espaços são frequentemente vistos como incubadoras de talento emergente e inovação desenfreada. Aqui, artistas e criadores têm a liberdade de experimentar, longe dos holofotes da grande mídia, mas ainda em um ambiente onde a paixão pelo teatro é palpável.

Bob Fosse: O primeiro a brilhar no Oscar, Tony e Emmy em um só ano

Bob Fosse, um grande ícone do teatro e cinema. Foto: Reprodução/Harper's Bazaar/Getty.
Foto: Reprodução/Harper’s Bazaar/Getty.

Bob Fosse é um nome incontestável no mundo da dança, do cinema e do teatro. Sua singularidade em coreografia, caracterizada por movimentos isolados e estilizados, e sua visão diretiva distinta o tornaram uma lenda em vários campos do entretenimento. No entanto, o que muitos não sabem é que ele alcançou um feito quase inimaginável em 1973, tornando-se a primeira (e até agora, única) pessoa a ganhar um Tony, um Oscar e um Emmy no mesmo ano.

Fosse já era amplamente reconhecido por suas contribuições inovadoras ao mundo da dança e do teatro musical, mas 1973 solidificou sua posição como um dos grandes multi-talentos do século XX.

Seu trabalho no filme “Cabaret” foi nada menos que espetacular. A reimaginação sombria e sedutora da Berlim dos anos 1930 capturou a imaginação dos críticos e do público, rendendo-lhe o Oscar de Melhor Diretor. Este reconhecimento por si só já seria um grande feito, mas Fosse estava apenas começando.

No palco da Broadway, sua direção e coreografia para “Pippin” se mostraram igualmente revolucionárias. Ele trouxe uma combinação de sua assinatura de estilos de dança e uma visão teatral única para contar a história de um jovem príncipe em busca de significado na vida. Seu trabalho em “Pippin” foi reconhecido com dois Tony Awards: um para direção musical e outro para coreografia.

Bob Fosse, um ícone do teatro e cinema. Foto: Reprodução/Hollywood Life.
Bob Fosse no Oscar. Foto: Reprodução/Hollywood Life.

Mas o triunfo de Fosse não parou por aí. Na televisão, ele também deixou sua marca, ganhando três Primetime Emmy Awards por sua contribuição ao especial de TV “Liza with a Z”, estrelado por Liza Minnelli. A combinação da energia elétrica de Minnelli com a coreografia distinta de Fosse provou ser um sucesso retumbante.

Ganhar em três das principais plataformas de entretenimento no mesmo ano é um testemunho da versatilidade, talento e visão artística de Bob Fosse. Enquanto muitos aspiram a excelência em um único campo, Fosse demonstrou maestria em vários, garantindo seu lugar no panteão das lendas do entretenimento.

Ingressos da Broadway: Quando o preço reflete o hype

Hamilton, um grande músical do teatro americano.
Espetáculo “Hamilton”. Foto: Joan Marcus.

A Broadway, conhecida como o coração do teatro americano, tem visto um aumento exponencial nos preços dos ingressos ao longo dos anos, especialmente para shows que se tornam fenômenos culturais. Nada exemplifica melhor isso do que o sucesso retumbante do musical “Hamilton”, que não só redefiniu o que um musical da Broadway poderia ser, mas também o quanto os entusiastas do teatro estariam dispostos a pagar para vivenciar uma performance ao vivo.

Em 2017, “Hamilton” alcançou um novo patamar, estabelecendo o recorde de ingresso de teatro mais caro da Broadway, com um preço impressionante de US$ 1.150 por assento. Este preço premium, que garantia aos espectadores o melhor lugar da casa durante a cobiçada semana entre o Natal e o Ano Novo, foi um testemunho da demanda avassaladora e do status quase mítico que “Hamilton” havia alcançado.

Antes de “Hamilton”, o musical “Hello, Dolly” detinha o recorde, com ingressos na primeira fila vendidos a US$ 998. Embora esse valor já fosse surpreendente, “Hamilton” elevou o sarrafo, ultrapassando a marca de quatro dígitos e solidificando seu lugar não apenas na história do teatro, mas também no mundo das finanças da Broadway.

Esses preços exorbitantes, no entanto, levantam questões sobre acessibilidade e inclusão. Enquanto alguns têm a disposição e os meios para gastar uma pequena fortuna em uma única noite de teatro, muitos amantes da arte são efetivamente excluídos devido aos custos proibitivos. Isso desencadeou debates sobre como tornar o teatro mais acessível e se os preços dos ingressos refletem verdadeiramente o valor da experiência ou são simplesmente um produto do hype.

“A Noviça Rebelde”: A adaptação cinematográfica mais bem-sucedida da história

A Noviça Rebelde, adaptação do musical de teatro. Foto: Divulgação.
Julie Andrews em “A Noviça Rebelde” (1965). Foto: Divulgação.

Em 1965, os cinemas foram presenteados com uma adaptação que se tornaria um dos filmes musicais mais amados e reverenciados de todos os tempos: “A Noviça Rebelde”. Este clássico, baseado no musical de Rodgers e Hammerstein, não é apenas uma celebração da música, mas também uma narrativa poderosa sobre amor, família e resistência.

A história, centrada na família Von Trapp e sua governanta Maria, nos leva às paisagens deslumbrantes da Áustria e ao coração de uma família tentando encontrar sua voz em meio ao tumulto da ocupação nazista. Cada cena do filme, desde os pastos verdes onde Maria canta “A Alegria Está no Ar” até o tenso Festival de Música de Salzburgo, é orquestrada com uma combinação de beleza visual, performances poderosas e músicas icônicas.

As performances no filme são verdadeiramente notáveis. Julie Andrews, no papel de Maria, entregou uma das performances mais memoráveis de sua carreira. Sua química com Christopher Plummer, que interpretou o Capitão Von Trapp, é palpável, e juntos, eles conduzem o filme com graça e paixão.

Mas o que realmente eleva “A Noviça Rebelde” a um patamar superior é sua trilha sonora inesquecível. Canções como “Dó-Ré-Mi“, “Minhas Coisas Favoritas” e “Climb Ev’ry Mountain” (traduzida de diferentes maneiras em diversas versões) tornaram-se hinos atemporais que continuam a ressoar com públicos de todas as idades, mesmo décadas após seu lançamento.

Ao olharmos para os números, o impacto cultural e financeiro de “A Noviça Rebelde” é inegável. Quando ajustamos os ganhos à inflação, ele se destaca como a adaptação de peça mais bem-sucedida já feita. Sua popularidade duradoura e influência cultural o tornam não apenas um triunfo do cinema musical, mas uma verdadeira obra-prima que continua a tocar os corações de gerações.

Continue acompanhando o que há de mais relevante no mundo das artes aqui no Blog Hipérion!

Wilson Almeida

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