Na última quinta-feira (6), o Brasil perdeu um dos maiores nomes do teatro nacional: José Celso Martinez Corrêa – mais conhecido pelo apelido de Zé Celso. O diretor, ator e dramaturgo foi o fundador do Teatro Oficina, uma companhia de teatro de São Paulo, uma das mais antigas do país.
Em atividade desde a década de 50, Zé Celso fez seu legado com maestria, atuando em mais de 50 obras seja como diretor, ator, criador e colaborador. Trabalhou com nomes conhecidos como Fernanda Montenegro, Raul Cortez, Chico Buarque, Augusto Boal e outras personalidades que foram fundamentais para a arte brasileira. E Zé Celso não marcou apenas nos palcos como também nos cinemas e na televisão. Na TV, seu trabalho mais conhecido é na novela “Cordel Encantado” (2011), da Rede Globo, onde deu vida ao personagem Amadeus.
Apesar de partir, Zé Celso deixa um legado eterno e será inspiração para essa e outras gerações do teatro nacional. Descanse em paz, Zé!
Agora, conheça cinco peças dirigidas por Zé Celso:
Vento Forte para um Papagaio Subir (1958)
“Vento Forte para um Papagaio Subir” foi a primeira peça autoral do diretor. Lançada em 1958, a peça mostra a história de um rapaz que resolve deixar a cidade onde mora, Bandeirantes, após uma tempestade. Então, ele decide seguir o vento, deixando tudo para trás e vivendo para onde a vida o levar. Em 2008, ocorreu mais uma temporada da peça, entre o mês de março e abril.
Roda Viva (1967), de Chico Buarque
“Roda Viva” é uma peça teatral escrita por Chico Buarque no final de 1967 e estreou no Rio de Janeiro no ano seguinte, sob a direção de Zé Celso. A história acompanha um ídolo da canção que decide mudar de nome para agradar o público. Na época, a peça sofreu uma censura já que no período ocorria a ditadura militar.
“Ham-Let” (1600), adaptação de William Shakespeare
Em 1993, Zé Celso fez uma adaptação de “Ham-Let“, clássico de William Shakespeare lançado nos anos 1600. Na peça, o Príncipe Hamlet tenta vingar a morte de seu pai, que foi morto pelo seu tio que logo se casou com sua mãe. A adaptação de Zé Celso conta com o texto original e a base musical com alguns ritmos brasileiros, como a bossa nova, por exemplo.
Cacilda! (1998)
Em 1998, Zé Celso lançou outra peça de sua autoria. Intitulada “Cacilda!”, a peça conta a história de Cacilda Becker (1921-1969), uma estrela da época áurea do Teatro Brasileiro de Comédia nos anos 50, que também foi uma figura importante da classe teatral durante a ditadura militar.
Boca de Ouro, de Nelson Rodrigues
Em 1999, o dramaturgo levou para os palcos a peça “Boca de Ouro“, escrita por Nelson Rodrigues. A peça conta a história de um bicheiro que arranca todos os dentes para colocar uma dentadura de ouro e que tem como maior sonho, fazer um caixão totalmente de ouro. Após sua morte, um repórter decide investigar seu passado com a ajuda de sua ex-amante.
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