O ator Bruce Willis recebeu o diagnóstico de demência frontotemporal, afirmou a família do astro pelo Instagram nesta quinta-feira (16). A informação chega em menos de um ano depois do astro ter se afastado de Hollywood devido as dificuldades que vinha enfrentando.
“Desde que anunciamos o diagnóstico de afasia de Bruce na primavera de 2022, a condição de Bruce progrediu e agora temos um diagnóstico mais específico: demência frontotemporal ( conhecida como FTD). Infelizmente, os problemas de comunicação são apenas um sintoma da doença que Bruce enfrenta. Embora isso seja doloroso, é um alívio finalmente ter um diagnóstico claro”; escreveu a família nas redes sociais do ator.
Além disso, a esposa de Willis, Emma, deixou em seu perfil um link assinado pelas filhas do ator, com um comunicado completo explicando sobre a doença e sua gravidade.
“FTD é uma doença cruel da qual muitos de nós não tinha ouvido falar e pode atingir qualquer pessoa. Para pessoas com menos de 60 anos, a FTD é a forma mais comum da demência e, como o diagnóstico pode levar anos, a FTD é muito mais prevalente do que sabemos. Hoje não há tratamentos para a doença, uma realidade que esperamos que possa mudar nos próximos anos. À medida que a condição de Bruce avança, esperamos que qualquer atenção da mídia possa se concentrar em iluminar esta doença que precisa de muito mais conscientização e pesquisa“.
Bruce Willis é um dos grandes astros de Hollywood e fez filmes como “Corpo Fechado”, “O Sexto Sentido”, “Duro de Matar” e “Vidro”. Desejamos força para o ator.
O que é deficiência frontotemporal
A deficiência frontotemporal (DFT) é um grupo de doenças neurodegenerativas que atingem o cérebro. Em comum, há três tipos da doença que envolve uma atrofia nas regiões frontais e temporais do próprio cérebro.
Em entrevista ao G1, a neurologista Helena Fussiger explicou um pouco sobre: “Por afetar os lobos frontais e laterais, os sintomas mais clássicos são relacionados ao comportamento e linguagem“. Ela destaca que a afasia pode ocorrer por outros motivos como eventos vasculares cerebrais ou que atinjam as áreas cerebrais da linguagem.
Além disso, a médica destaca que a DFT não tem cura e o tratamento ocorre por meios sintomático e disciplinar (médicos, psicológos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e musicoterapeutas).
No entanto, a doença se diferencia das demais pela maneira como ela surge. Enquanto o Alzheimer é caracterizado pela perda de memória, a DFT é marcada pelas alterações comportamentais e de linguagem. Além disso, ela afeta uma parcela muito ativa da população, geralmente com idade entre 45 e 65 anos. O Alzheimer afeta a partir dos 65.
Quanto a origem da doença, ela pode ser genética. Isso quer dizer que, caso algum familiar foi diagnosticado com a DFT, há maior risco da pessoa desenvolver o problema. Entretanto, isso não é uma regra.
O que se sabe é que, no cérebro, ocorre um acúmulo anormal de três proteínas: TAU (a mais abundante), FUS e TDP-43. Isto acaba sendo mal para os neurônios, que vão morrendo, se atrofiando e causando os sintomas da doença.
O diagnóstico é clínico e feito com exames de imagem. Por ter sintomas semelhantes a algumas doenças como depressão e bipolaridade, pode resultar em um diagnóstico tardio e até errado.
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