O documentário brasileiro “Maurina, o outono que não acabou“, ganhou três prêmios no Festival de Cinema Independente de Sevilha, na Espanha. As categorias conquistadas pelo documentário foram: Melhor documentário de longa-metragem, melhor diretor de documentário de longa metragem e melhor diretor estreante de documentário de longa metragem.
A produção conta sobre a vida de Maurina, uma freira que foi presa e torturada durante o período do Regime Militar (1964-1985). As filmagens do documentário foram feitas em Ribeirão Preto (SP), onde a freira passou a maior parte de sua vida. O diretor e produtor do documentário Gabriel Silva Mendeleh, falou sobre a importância desta grande conquista.
“Uma premiação internacional ajuda o filme no Brasil a ter mais visibilidade. Até o cinema nacional tem dificuldade. O cinema nacional independente tem uma dificuldade ainda maior e uma premiação internacional abre portas. Foi uma surpresa. Fiquei muito feliz. Acho que cinema é um trabalho coletivo. O papel da direção é olhar e conhecer cada um que trabalha na equipe para fazer com que ela passe o máximo de potencial que tem. É uma premiação do conjunto. É uma equipe muito bem, que trabalhou em conjunto muito bem“, disse o diretor.
Além disso, o documentário concorre em outros festivais de cinema como em Lisboa, e política e direitos humanos, nos Estados Unidos. Então, a expectativa é que a produção seja lançada ainda no Brasil no primeiro semestre deste ano, com Ribeirão Preto sendo o local da primeira exibição.
Sobre Maurina, retratada no documentário brasileiro
Madre Maurina Borges da Silveira nasceu em Minas Gerais, porém se mudou para Ribeirão Preto, em São Paulo, onde passou a fazer parte da administração do orfanato Lar Santana.
Ela foi a única religiosa presa e torturada durante o regime militar no Brasil, acusada de participar do grupo guerrilheiro Forças Armadas de Libertação Nacional (FALN), sua prisão também se deu pela suposição de que ela cedia o orfanato para os membros do grupo fazerem reuniões.
Em 2014, o frei Manoel Borges da Silveira, o irmão da freira, prestou depoimento à Comissão da Verdade, afirmando que Maurina foi vítima de assédio sexual e recebeu choque nos seios. Por fim, Maurina acabou falecendo por decorrência do Alzheimer, em 2011.
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