O cinema brasileiro é repleto de filmes magníficos, como “Vidas Secas” (1963), “Central do Brasil” (1998) e “Cidade de Deus” (2002). Entretanto, há um filme em específico que enriquece bastante nosso cinema: trata-se de “O Bicho de Sete Cabeças” (2001), um drama estrelado por Rodrigo Santoro.
Baseado no livro de Austragésilo Carrano Bueno, o filme narra a história de Neto (Santoro), um jovem de classe média que vive uma relação conflituosa com o seu pai, Wilson (Othon Bastos). Ao encontrar um cigarro de maconha na mochila do filho, Wilson decide interná-lo em um manicômio. Lá, Neto é submetido a tratamentos terríveis junto com os outros pacientes.
“O Bicho de Sete Cabeças” foi o primeiro filme da carreira de Rodrigo Santoro como protagonista. Em entrevista à IstoÉ Gente, a diretora do filme, Laís Bodanzky, contou sobre seu trabalho com o ator. Curiosamente, Santoro foi convidado pela diretora para o papel através da indicação do ator Paulo Autran. “Nunca pensei em outra pessoa para o papel… Quando o vi, fiquei impressionada com a entrega dele para o papel. Sabia que Neto era ele”, declarou Bodanzky.
Para interpretar Neto, Santoro passou por uma preparação intensa envolvendo perda de peso e estudo em instituições psiquiátricas. O astro brasileiro observou a vida dos pacientes nestas instituições e se aprofundou mais no tema lendo livros e assistindo produções como “Um Estranho no Ninho”, de Miloš Forman.
O filme abriu muitas portas para o ator, que entregou uma atuação excelente, chegando a conquistar a crítica internacional. Em entrevista ao programa OtaLab, Santoro revelou que a produção marcou bastante sua vida. “É o filme mais importante por ser o primeiro, por ter transformado a minha vida, a minha carreira e me dado tantas oportunidades na carreira”, disse o ator, acrescentando que fez outros dois grandes filmes (“Carandiru” e “Abril Despedaçado”) por conta de “O Bicho de Sete Cabeças”.
O Bicho de Sete Cabeças rendeu grandes frutos para Rodrigo Santoro
“O Bicho de Sete Cabeças” estreou em outubro de 2000 no Festival do Rio e, no mesmo mês, foi o único filme brasileiro exibido na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. Naquele período, o longa conquistou a aclamação da crítica e do público, que exaltaram a performance de Santoro.
Além disso, o filme se destacou em premiações, como no 1º Grande Prêmio Cinema Brasil, levando sete estatuetas, incluindo a de Melhor Ator para Santoro. A produção também ganhou o prêmio de Melhor Filme no 10º Festival Biarritz Amérique Latine e no Festival de Créteil, na França. Também foi pré-selecionado para concorrer ao Oscar na categoria de Melhor Filme Internacional.
Em setembro de 2016, a Associação Brasileira de Críticos de Cinema (ABRACCINE) lançou o livro “Os 100 Melhores Filmes Brasileiros”. O filme estrelado por Santoro ocupa a posição 72, acima de produções como “Carandiru” (2003), “Os Saltimbancos Trapalhões” (1981) e “O Palhaço” (2011).
Por fim, você pode assistir ou rever “O Bicho de Sete Cabeças” disponível na Netflix.
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