Se há um filme que me chama bastante a atenção, esse filme é “O Silêncio dos Inocentes”. Lançado em 1991, o filme consegue cativar o espectador facilmente, tanto que o filme ganhou o Big Five do Oscar, que contempla as cinco principais categorias da premiação: Melhor Filme, Melhor Ator, Melhor Atriz, Melhor Direção e Melhor Roteiro Adaptado.
Um dos pontos mais marcantes do filme é o desempenho de Jodie Foster, que interpreta Clarice Starling, uma jovem estagiária do FBI que conta com a ajuda de Hannibal Lecter (Antony Hopkins) para capturar outro serial killer. Curiosamente, a primeira opção para o papel era Michelle Pfeiffer. Contudo, a atriz recusou o projeto por considerá-lo “muito sombrio”, dando espaço para Foster assumir o papel após uma intervenção pessoal junto ao diretor Jonathan Demme.
“Quando soube que Jonathan Demme iria dirigi-lo, pensei: ‘Oh, esta não é uma notícia terrível. Ele não é apenas um cara de comédia, mas também vai querer outra pessoa para o papel, o que era verdade'”, disse a atriz em discussão no Festival de Cinema TCM (via Woman’s World). “E, sabendo que Michelle Pfeiffer seria sua primeira escolha, peguei um avião, voei para Nova Iorque e disse que gostaria de me encontrar com ele”, acrescentou.
“Me sentei com ele durante o que quer que fosse – 15, 20 minutos – e disse: ‘É por isso que gostaria de ser sua segunda escolha. Se alguma coisa acontecer com ela, se alguém quebrar as pernas…’ Ele riu e ela acabou desistindo do filme. Acho que se você tem conexão com o material, você precisa transparecer isso”, contou.
A preparação de Jodie Foster para o longa
Segundo o cineasta Jonathan Demme, Foster incorporou Clarice Starling facilmente, e a parceria da atriz com Hopkins fez com que isso aperfeiçoasse ainda mais. Apesar de não ter aulas específicas para o papel, a atriz reconhecida por outros successos como “Taxi Driver” (1976) e “Acusados” (1988) dedicou-se a trabalhar bastante a voz para o filme.
“Trabalhei muito no sotaque, pois adoro esse tipo de coisa. Todo mundo tem seu próprio caminho. Algumas pessoas precisam ouvir música, por exemplo, e isso lhes permitem sentir-se destemidos e confiantes para começar algo. Não sou boa em me encontrar por longos períodos de tempo. Como ator, não posso fazer isso, então preciso de pausas. Eu aprendi isso por mim mesmo. Às vezes consigo distrair os atores, então aprendi a ficar longe deles, porque estaria contando piadas, alguma história ou apenas saindo”, declarou Foster.
Inicialmente, as primeiras gravações do filme envolviam apenas com Foster, e assim que ela e Anthony Hopkins contracenaram pela primeira vez, o astro improvisou zombando do sotaque sulista de Starling. Imediatamente, Foster reagiu de forma acoada, porém Hopkins viu o desempenho dela de forma positiva e assim ela seguiu até o término das filmagens.
A facilidade de viver a personagem
Como mencionado anteriormente, Jodie Foster criou uma forte conexão com a personagem e não teve dificuldades para interpretá-la. Mas foi preciso adotar alguma técnica para que sua performance fosse 100% perfeita.
“Eu não frequentei aulas de atuação, então tive que desenvolver um procedimento ou, eu acho, uma técnica para me concentrar. Aprendi que o que preciso fazer é beber um pouco de café e depois alguém que grite: ‘Ação!’ e é isso”, revelou.
“Mas às vezes há pequenos truques que podemos fazer. Se eu tiver um personagem que fala de uma certa maneira ou se senta de uma certa maneira, tem um certo maneirismo, talvez eu faça isso no momento em que o badalo estiver chegando; no momento em que estamos indo para uma tomada. E então isso me levou de volta ao que a personagem era.”
A dinâmica perfeita entre Foster e Hopkins
Durante as filmagens de “O Silêncio dos Inocentes”, Jodie Foster e Anthony Hopkins decidiram não conversarem muito e assim pudessem criar uma dinâmica bem elaborada para o filme. Isso fez com que Foster se sentisse bastante intimidada; isso porque Hopkins mergulhou totalmente no personagem.
“Foi assustador [gravar], tenho que admitir”, disse a atriz ao Yahoo Entertainment. “O cenário era muito escuro, era um cenário lindo que [a designer de produção] Kristi Zea fez em Pittsburgh. Eu estava andando no corredor e de repente você se depara com uma figura brilhante e fluorescente com Anthony Hopkins parado ali. Isso me impressionou.”
“Fiquei com um pouco medo dele [Hopkins] nas filmagens. Ele estava sempre atrás das grades, então não conversávamos muito e isso meio que criou um cenário de suspense entre nós dois”, explica.
Foster vê Clarice Starling como uma personagem humana
As filmagens de “O Silêncio dos Inocentes” começou em 15 de novembro de 1989, encerrando em 1º de março do ano seguinte. Durante esse tempo, Jodie Foster manteve-se fiel à personagem, vendo-a como compassiva, uma humana sem julgamentos precipitados.
“O poder dela [Clarice] não reside no fato de ela ser grande e musculosa, mas no fato dela ser compassiva com a vítima e de estar disposta a se abrir em termos de vulnerabilidade”, declara. “Entender que um assassino é um ser humano, algo que muitos personagens do filme não farão. Eles continuam dizendo que ele é um monstro. E o poder dela é dizer: ‘Não, ele não é um monstro. Ele é um de nós. Ele é um ser humano. Precisamos examinar quais são as razões pelas quais ele faz as escolhas que faz’“, concluiu.
Por fim, “O Silêncio dos Inocentes” encontra-se disponível no Prime Video.
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