O início de uma lenda: A trajetória inspiradora de Marilyn Monroe apesar de uma infância difícil
Norma Jeane Mortenson, mais conhecida como Marilyn Monroe, nasceu em Los Angeles no dia 1 de junho de 1926. Ela começou a vida com desafios consideráveis. Sua mãe, Gladys Pearl Monroe, lutava com problemas de saúde mental, e sua paternidade permanece em mistério até hoje. Monroe já acreditou que o ator Clark Gable era seu pai. A mãe dela tinha uma foto com um homem com quem ela namorou em uma parede. “Ele tinha um bigode fino como Clark Gable“, lembrou Monroe. “Perguntei a minha mãe qual era o nome dele. Ela não respondia“.
Em 1935, Monroe foi ver um filme chamado ‘China Seas‘, estrelado por Gable e Jean Harlow – e daquele ponto em diante, Gable se tornou “o homem que pensei ser meu pai“, revelou Monroe.
“China Seas“, além de reforçar a figura paterna idealizada de Clark Gable na mente de Norman Jeane Mortenson, também se revelou um divisor de águas por apresentá-la a Jean Harlow. Harlow, conhecida como a “Loira Platinada” de Hollywood, foi uma das estrelas mais luminosas da década de 1930. Sua beleza estonteante, aliada à presença magnética na tela, conquistou o público, marcando seu nome na história do cinema. Esta projeção cativou profundamente a jovem Norma Jeane, que encontrou em Harlow não apenas um ídolo, mas uma inspiração que viria a influenciar significativamente toda a sua carreira, moldando a futura Marilyn Monroe.
Devido à instabilidade mental de Gladys, a jovem Norma Jeane foi forçada a passar a maior parte de sua infância em lares adotivos e em um orfanato. No meio dessa desordem, a aspiração de Norma Jeane para o estrelato foi germinando. Aos cinco anos, ela já sonhava em ser atriz. Ela encontrava alegria na brincadeira de “fazer de conta”, um refúgio de sua realidade dura e instável. O cinema se tornou uma janela para o mundo diferente, um lugar onde ela poderia escapar de suas circunstâncias.
O Casamento precoce que mudou o destino de Norma Jeane
No entanto, a vida de Norma Jeane continuava instável. Aos 15 anos, ela estava morando com uma amiga da família, Grace Goddard, mas a família decidiu se mudar para West Virginia e não poderiam levá-la junto. Diante da possibilidade de ser devolvida a um orfanato, eles propuseram a Norma Jeane que se casasse para evitar essa situação. Foi assim que ela se voltou para James Dougherty, de 20 anos, um vizinho da família, e eles se casaram apenas 18 dias depois que ela completou 16 anos.
Seu casamento não lhe trouxe alegria, na verdade, ela descreveu essa época como entediante e desprovida de conversa. Porém, essa decisão de se casar tão jovem teve um impacto significativo na vida de Norma Jeane e marcou o início de sua jornada para se tornar Marilyn Monroe.
A fotografia que impulsionou Norma Jeane rumo à fama de Marilyn Monroe
Quando James foi convocado para servir na Segunda Guerra Mundial, Norma Jeane começou a trabalhar em uma fábrica de equipamentos de guerra. Foi ali que sua vida começou a mudar de maneira significativa. Ela conheceu David Conover, um fotográfo enviado pela First Motion Picture Unit para capturar imagens de mulheres trabalhadoras. A partir deste encontro, Norma Jeane começou a modelar e logo percebeu que seu charme e beleza poderiam ser seu bilhete de entrada para o mundo que ela tanto ansiava – Hollywood.
A Ascensão de Marilyn Monroe no Universo de Hollywood
Ao adotar o nome Marilyn Monroe, homenagem à estela da Broadway Marilyn Miller e ao sobrenome de sua mãe, ela embarcou em uma aventura rumo à indústria do cinema em Hollywood. Em 1946, Monroe assinou seu primeiro contrato com a 20th Century Fox, um marco que a estimulou a tingir o cabelo, experimentando nada menos que nove tons diferentes de loiro antes de se decidir pelo impactante loiro platinado.
O contrato com a Fox não apenas definiu a sua imagem icônica, mas também a possibilitou ingressar em aulas de atuação, canto e dança. Apesar de suas incansáveis dedicações, Marilyn não recebeu nenhum papel de destaque inicialmente.
No entanto, a falta de oportunidades não conseguiu abalar seu espírito. Monroe se mostrou resiliente, mantendo suas aulas de atuação mesmo após o término do contrato inicial. Esta tenacidade, sem dúvida, viria a cimentar sua posição como uma das mais memoráveis estrelas de Hollywood.
Essa persistência começou a dar frutos em 1948, quando Monroe assinou um novo contrato com a Columbia Pictures. Embora ainda fosse relegada a papéis menores, Monroe começou a chamar a atenção. Seu charme e beleza eram inegáveis e, combinados com sua crescente habilidade de atuação, rapidamente a tornaram popular.
No entanto, foi um escândalo que realmente projetou Monroe para a fama. Em 1952, foi revelado que ela havia posado para fotos nuas antes de se tornar atriz. Em vez de prejudicá-la, o escândalo apenas aumentou o interesse do público por ela, e sua carreira decolou. Monroe rapidamente tornou-se uma das maiores estrelas de Hollywood, um símbolo sexual inesquecível e um ícone da cultura popular.
Os Papéis que Solidificaram Marilyn Monroe como a Musa de Hollywood
A partir de 1953, Monroe começou a ser conhecida como uma verdadeira estrela de Hollywood. Ela apareceu em três filmes extremamente populares e bem sucedidos – “Torrentes de Paixão“, “Os Homens Preferem as Loiras” e “Como Agarrar um Milionário” – e sua presença cativante nas telonas lhe rendeu o título de atriz mais lucrativa da indústria do cinema.
“Torrentes de Paixão” foi o primeiro desses filmes. Monroe interpretou uma mulher fatal intrigante que planejava assassinar o marido. Este filme apresentou uma abordagem mais ousada e sexual da atriz, que incluiu cenas controversas, como uma em que ela estava coberta apenas por um lençol. Tal audácia de Monroe causou um burburinho entre o público e a crítica, e resultou em protestos de clubes de mulheres que consideraram o filme “imoral”. No entanto, a crítica especializada defendeu Monroe, com o New York Times declarando que “O magnetismo de Marilyn eram a razão para ver o filme” e “mesmo que ela não seja uma atriz perfeita no momento, ela pode ser sedutora até quando anda”.
No segundo filme, “Os Homens Preferem as Loiras“, Monroe estabeleceu a imagem da “loira burra”. Este papel, inicialmente destinado à atriz Betty Grable, foi concedido à Monroe devido ao seu rápido crescimento em popularidade. Neste filme, Monroe e Jane Russell interpretam showgirls atraentes, com a personagem de Monroe, Lorelei Lee, tornando-se um ícone instantâneo. O filme foi um enorme sucesso de bilheteria, arrecadando mais de 5,3 milhões de dólares.
Em seu último filme do ano, ” Como Agarrar um Milionário“, Monroe mais uma vez desempenhou um papel de mulher ingênua, desta vez em busca de um marido rico ao lado de suas amigas, interpretadas por Betty Grable e Lauren Bacall. Este filme também foi bem recebido, tornando-se o maior sucesso de bilheteria da carreira de Monroe até então, com mais de 8 milhões de dólares.
O Milagre das Câmeras: A Transformação da Tímida Monroe no Set de Filmagem
Em 1953, Monroe também fez sua estreia na televisão no Jack Benny Show, onde interpretou a “mulher dos sonhos” de Jack. No entanto, nem tudo estava bem. Monroe começou a ganhar uma reputação de ser difícil de trabalhar. Ela frequentemente chegava tarde ou não aparecia para as gravações, tinha dificuldade em lembrar suas falas e exigia que cenas fossem refeitas até que estivesse satisfeita com o resultado.
Nesse mesmo período, Richard Widmark, um renomado ator, teve a oportunidade de trabalhar com Monroe no filme “Don’t Bother to Knock” (1952). Ele a descreveu como uma personalidade vulnerável e tímida, contrastando com sua imagem de estrela de cinema consagrada.
Durante as filmagens, a equipe enfrentava o desafio recorrente de persuadir Monroe a deixar seu camarim, sua timidez exacerbada contribuía para atrasos nas gravações, o que frustrava a equipe. No entanto, uma vez que as câmeras começavam a rodar, uma mágica transformação acontecia. Monroe hipnotizava a todos com seu encanto irresistível.
Segundo Widmark, capturar essa magia em cena era um desafio, até mesmo para um ator experiente como ele. Ao observar as gravações, tornava-se inegável a presença extraordinária de Monroe, algo também reconhecido por outros grandes atores, como Laurence Olivier. Essa qualidade indescritível e intrigante era o que a diferenciava notavelmente entre seus colegas.
Monroe tinha dificuldades com suas falas e construía suas performances montando pequenas partes a cada vez, o que evidenciava a falta de uma formação formal em artes cênicas. No entanto, compensava essas dificuldades com seu charme natural e talento bruto. Ao invés de seguir o padrão convencional de atuação, dependia da orientação constante de um treinador de atores nos bastidores durante as gravações.
Ainda assim, Widmark enfatizou o quão amável ela era, tornando a experiência de trabalhar juntos notavelmente harmoniosa.
Apesar dos desafios, Monroe se estabeleceu como uma figura de grande importância na indústria cinematográfica. Seu status de símbolo sexual foi consolidado quando Hugh Hefner a apresentou na primeira edição da Playboy em 1954. Uma fotografia de Monroe, tirada durante o desfile de Miss América de 1952, foi estampada na capa, e uma foto dela nua de 1949 foi incluída como a imagem central da revista.
Encontrando refúgio em Zelda Zonk: O alter ego de Marilyn Monroe como uma fuga dos paparazzi
No entanto, para evitar ser constantemente reconhecida e perseguida pelos paparazzi, Monroe encontrou uma solução engenhosa. Ela adotou um alter ego chamado Zelda Zonk, que lhe permitia levar uma vida mais “normal” e escapar dos holofotes. Ao usar uma peruca escura e óculos escuros, Monroe se transformava em Zelda Zonk, uma pessoa comum que passava despercebida pelas ruas. Esse disfarce permitiu que ela tivesse momentos de privacidade e uma sensação de normalidade em meio à fama avassaladora.
Lutando contra estereótipos e contratos injustos: As turbulências na carreira de Marilyn Monroe nos anos 50
Durante os anos de 1954 e 1955, a atriz Marilyn Monroe enfrentou significativas turbulências tanto em sua carreira quanto em sua vida pessoal. Em 1954, Monroe estava descontente com os termos de seu contrato com a 20th Century-Fox, que não havia sido alterado desde 1950. Ela ganhava menos que outras atrizes de sua estatura e não tinha controle sobre seus projetos e colegas de elenco. A atriz aspirava a papéis mais sérios que não se limitassem às comédias e musicais pelos quais era conhecida, mas suas tentativas de explorar outros gêneros foram frustradas.
Monroe, cansada de ser estereotipada, se recusou a filmar mais uma comédia musical, “The Girl in Pink Tights“, o que levou o estúdio a suspender seu contrato em janeiro de 1954.
Amor e turbulência: O casamento de Marilyn Monroe e Joe DiMaggio na era do caos de Hollywood
Durante este período tumultuado em sua carreira, quando a mídia intensificou sua atenção devido à suspensão do contrato de Marilyn Monroe, ela se casou com Joe DiMaggio na Prefeitura de São Francisco. A celebração do casamento naquele mesmo mês marcou uma nova fase para a atriz.
Um aspecto marcante desta nova etapa foi a escolha do lar do casal. Monroe e DiMaggio estabeleceram-se em uma casa na 508 N. Palm Drive em Beverly Hills, curiosamente localizada ao lado da última residência de Jean Harlow, a “Loira Platinada” de Hollywood. A decisão de viver próxima ao antigo lar de Harlow não foi mera coincidência. Pelo contrário, evidenciou a veneração de Monroe por Harlow. Essa proximidade física com a antiga casa de Harlow pode ser interpretada como uma reverência silenciosa à atriz que, desde que Monroe assistiu a “China Seas”, se tornou uma poderosa influência em sua carreira, pavimentando o caminho para Monroe se tornar uma das mais adoradas estrelas de Hollywood.
Logo, o casal embarcou em uma viagem ao Japão para uma lua de mel combinada com uma viagem de negócios. Monroe, por sua vez, aproveitou a viagem para visitar a Coreia, onde realizou performances para dezenas de milhares de marinheiros norte-americanos.
Na volta para Hollywood, foi reconhecida pela revista Photoplay como a atriz mais popular do cinema.
Joe DiMaggio sentia um ciúme avassalador por Marilyn Monroe, e isso levou a uma situação constrangedora em 1954. Em uma noite, DiMaggio e Frank Sinatra estavam jantando juntos quando receberam a informação de que Marilyn estava supostamente traindo-o com outro homem em uma casa próxima. Movidos pela raiva e desespero, eles decidiram confrontá-la. Formaram uma “multidão” e invadiram a casa, apenas para descobrir que estavam no endereço errado. O incidente resultou em um processo legal movido pela proprietária da casa, Florence Kotz, que recebeu uma compensação de US$ 7.500 pelo ocorrido. Essa situação embaraçosa mostrou até que ponto o ciúme de Joe DiMaggio o levava a agir impulsivamente em relação a Marilyn Monroe.
Em meio ao turbilhão, Monroe e o estúdio concordaram com um novo contrato, e a atriz garantiu o papel principal na adaptação para o cinema da peça da Broadway, “O Pecado Mora ao Lado“. Porém, uma cena publicitária deste filme, em que o vento levanta seu vestido em uma grade de metrô, tornou-se a gota d’água para o marido DiMaggio, marcando o fim de seu casamento. Apesar do escândalo, o filme foi um grande sucesso de bilheteria, arrecadando mais de 4,5 milhões de dólares e se tornando um dos maiores sucessos do verão.
Apesar do fim de seu casamento com Joe DiMaggio, Marilyn Monroe encontrou apoio inesperado em momentos difíceis. Esse cuidado e preocupação de Joe DiMaggio por Marilyn Monroe não foram passageiros. Durante toda a vida da atriz, mesmo após o término do casamento, DiMaggio permaneceu presente e ofereceu apoio incondicional.
Sua dedicação transcendeu as dificuldades e turbulências, mostrando que o vínculo entre eles era verdadeiramente especial. Mesmo quando separados, o amor e a preocupação de DiMaggio por Marilyn foram duradouros.
O renascimento de Marilyn Monroe como atriz e produtora
Depois do divórcio em outubro de 1954, Monroe e o fotógrafo Milton Greene fundaram a Marilyn Monroe Productions, iniciando uma batalha legal de um ano com a Fox. Embora essa ação tenha gerado uma reação negativa da imprensa, Monroe permaneceu resiliente.
Durante 1955, Marilyn Monroe concentrou-se em aprimorar suas habilidades de atuação no renomado Actors Studio em Nova York. Lá, ela mergulhou no Método, uma abordagem revolucionária baseada no sistema de Stanislavski, que buscava uma interpretação mais realista e emocional. Além de Marilyn, outros atores icônicos, como Marlon Brando, James Dean, Paul Newman e Montgomery Clift, também passaram pelo Actors Studio e adotaram o Método.
Monroe dedicou-se a estudar e aprimorar suas habilidades de atuação, trabalhando intimamente com Lee Strasberg e sua esposa, Paula. Ela se tornou tão próxima do casal que chegou a ser considerada parte da família. Monroe também começou a fazer psicanálise, uma prática encorajada por Strasberg, que acreditava que um ator deveria enfrentar seus traumas emocionais e usá-los em suas performances.
Essa imersão no Actors Studio e a influência de Strasberg seriam fundamentais para a evolução de Marilyn como atriz e para seu reconhecimento como uma das grandes atrizes de Hollywood.
Os amores tumultuados de Marilyn Monroe com Marlon Brando e Arthur Miller
Enquanto isso, ela manteve uma vida amorosa bastante movimentada, que incluía romances com nomes icônicos como o ator Marlon Brando e Arthur Miller, dramaturgo famoso pela obra “As Bruxas de Salem“. Este último, que era significativamente mais velho que Marilyn, se tornou um envolvimento particularmente intenso em sua vida, emergindo na sequência do final de seu divórcio e da separação de Miller e de sua esposa.
Monroe já compartilhou um quarto com a atriz Shelley Winters, e juntas elas embarcaram em um divertido exercício: criar uma lista de homens com quem gostariam de ter um caso. Winters, em relatos posteriores, destacou uma particularidade na lista de Monroe: não havia ninguém com menos de 50 anos nela e que não fosse intelectual.
Lealdade e coragem em tempos de controvérsia: O apoio de Marilyn Monroe a Arthur Miller durante a era do macarthismo
Contudo, a carreira de Marilyn Monroe era alvo constante de críticas e controvérsias. O público e a mídia acompanhavam atentamente cada passo da atriz, desde seus romances até sua conturbada relação com os estúdios de cinema. A atenção tornou-se ainda mais intensa quando seu envolvimento com Arthur Miller, que estava sob investigação do FBI por suas supostas ligações com o Partido Comunista veio a público. No auge da Guerra Fria, tal associação poderia arruinar a reputação de qualquer figura pública.
Porém, Monroe se manteve leal a Miller, mesmo sabendo que isso poderia colocar sua própria carreira em risco. Em 1956, o drama se intensificou quando Miller foi convocado a testemunhar perante o Comitê de Atividades Antiamericanas da Câmara. Nesses casos, celebridades eram frequentemente pressionadas a revelar nomes de pessoas envolvidas em atividades comunistas. Miller, entretanto, se recusou a ceder à pressão, uma atitude que poderia facilmente levá-lo à prisão.
A postura inabalável de Marilyn, ao apoiar Miller publicamente, provavelmente foi um fator crucial para evitar a condenação do dramaturgo. Nesse mesmo período, ele anunciou seus planos de casamento com a atriz, um gesto que certamente não passou despercebido. E, apesar de todas as adversidades e pressões, Monroe não hesitou em confrontar os executivos do estúdio, a quem ela rotulou na imprensa como “covardes natos”.
O triunfo de Marilyn Monroe: Conquistando controle e liberdade na indústria cinematográfica
Em 1956, Marilyn Monroe vivenciava uma importante vitória na sua carreira. Após uma intensa batalha contratual com a 20th Century-Fox, ela finalmente conseguiu maior controle sobre sua carreira, uma façanha que lhe rendeu o título de “uma empresária astuta” pela revista Time.
A nova fase contratual de Monroe com a Fox foi significativa, estabelecendo um marco para o controle criativo dos atores sobre suas carreiras. O contrato de sete anos exigia que ela fizesse apenas quatro filmes para o estúdio, cada um dos quais lhe daria mais de 100 mil dólares. Além disso, ela ganhou o direito de escolher o conteúdo de seus próprios projetos, bem como os diretores e produtores.
Amor além das críticas: O casamento de Marilyn Monroe e Arthur Miller enfrenta desafios da mídia
No entanto, enquanto ela conquistava progresso profissional, Monroe também enfrentava fortes críticas em sua vida pessoal. Em particular, seu relacionamento com o escritor Arthur Miller foi duramente criticado pela imprensa. Desafiando as críticas, Marilyn permaneceu firme ao lado de Miller e oficializou o casamento em uma cerimônia judaica, em White Plains, Nova Iorque, em 29 de junho de 1956.
De estereótipos a aclamação: O triunfo de Marilyn Monroe em “Nunca fui santa” desafia as expectativas
O ano continuou sendo marcado por grandes mudanças na vida de Monroe. O seu primeiro filme sob o novo contrato, “Nunca fui santa“, foi lançado em agosto de 1956. Marilyn interpretou Chérie, uma cantora de salão cujos sonhos de estrelato são frustrados por um cowboy ingênuo que se apaixona por ela. O filme foi um sucesso, arrecadando mais de 4,25 milhões de dólares, e Monroe recebeu elogios pelo seu desempenho contrariando a imagem de “loira burra” que tantas vezes foi associada a ela.
A crítica aclamou a sua atuação, e ela foi até mesmo indicada para o Globo de Ouro de Melhor Atriz – Comédia ou Musical.
O empenho de Marilyn Monroe no Actors Studio rendeu Hollywood a grande atriz que ela se transformou. Seu treinamento com Lee Strasberg permitiu que Marilyn explorasse profundamente suas emoções, trazendo autenticidade e complexidade aos seus papéis. Essa dedicação e busca por aprimoramento foram fundamentais para moldar sua carreira e estabelecer sua reputação como uma talentosa intérprete.
No entanto, a tensão não deixou de existir. Em agosto de 1956, Monroe começou a filmar “O Príncipe Encantado”, a primeira e única produção independente da Marilyn Monroe Productions. A produção do filme foi repleta de conflitos diretos entre Monroe e o diretor Laurence Olivier. Além disso, a saúde de Monroe começou a declinar, culminando em um aborto.
Apesar das dificuldades, o filme foi concluído e lançado em junho de 1957. Embora não tenha sido bem recebido pelo público norte-americano, a obra teve boa aceitação na Europa.
Monroe decidiu fazer uma pausa em sua carreira para se concentrar em sua vida pessoal. Ela sofreu outro aborto em 1958, desta vez como resultado de uma gravidez ectópica (fora do útero).
Fortalecendo sua voz e triunfando nas telas: O controle de Marilyn Monroe sobre sua carreira e o sucesso de “Quanto Mais Quente Melhor”
Durante essa pausa, Monroe também decidiu comprar a parte de Milton Greene na Marilyn Monroe Productions, pois eles tinham diferenças irreconciliáveis. Ao comprar a parte de Milton Greene, ela assumiu ainda mais controle sobre sua carreira. Esta decisão ilustrou a determinação de Monroe em ter uma voz mais forte na direção de sua vida profissional.
Em julho de 1958, Monroe retornou à Hollywood para filmar a comédia de Billy Wilder, “Quanto Mais Quente Melhor“. As filmagens foram marcadas por desafios, como Monroe frequentemente esquecendo suas falas e exigindo várias tomadas para suas cenas. No entanto, apesar das dificuldades, o filme foi lançado em março de 1959 e se tornou um enorme sucesso. A atuação de Monroe no filme foi amplamente elogiada, e ela recebeu o Globo de Ouro de Melhor Atriz.
Contudo, a vida pessoal de Marilyn estava longe de ser um conto de fadas. Seus problemas de saúde e as falhas na sua vida amorosa foram manchetes frequentes na imprensa. Ainda assim, a atriz perseverava. Ela se manteve resiliente e focada na sua carreira, apesar das dificuldades. O casamento com Arthur Miller, apesar das críticas e pressões externas, foi um claro exemplo disso.
Este período de 1956 a 1959 na vida de Marilyn Monroe, portanto, foi marcado por lutas, desafios, mas também por vitórias. Ela enfrentou críticas, dificuldades de saúde, e controvérsias, mas conseguiu superar cada obstáculo. Ao final desse período, Marilyn Monroe já havia se tornado mais do que apenas uma estrela de Hollywood – ela era uma força a ser reconhecida.
Luzes, Sombras e um Amargo Despertar: Marilyn Monroe nos Anos 1960
O início dos anos 1960 foi um período de extremo desafio para Marilyn Monroe. O encanto de Hollywood e o estrelato escondiam uma realidade mais complexa, marcada por dificuldades profissionais e pessoais. A ascensão e queda de Monroe durante esses anos contam uma história de resistência, mas também de uma tragédia iminente.
O filme “Adorável Pecadora” (1960), que veio após uma pausa no final de 1959, não se saiu bem, apesar de apresentar um caso amplamente divulgado pela imprensa entre Marilyn e Yves Montand, seu par na produção. George Cukor dirigiu o filme, e Arthur Miller, o marido de Monroe na época, reescreveu o roteiro que Marilyn havia considerado “fraco”. O público e a crítica não receberam bem o filme, e a performance de Marilyn foi descrita como “desarrumada” e sem o seu antigo dinamismo.
Marilyn, então, estrelou “Os Desajustados” (1960), a última produção concluída pela atriz e a última de Clark Gable. Arthur Miller havia escrito o filme especialmente para Marilyn, mas a produção foi problemática. O casamento de quatro anos entre Marilyn e Miller estava terminando, e ele já havia iniciado um novo relacionamento.
Apesar das dificuldades, Marilyn continuava a lutar. Ela estava programada para estrelar uma adaptação televisiva do conto “Chuva” de W. Somerset Maugham para a NBC, mas o projeto não seguiu adiante. Ela passou muito do seu tempo lidando com problemas de saúde, incluindo uma cirurgia por endometriose e uma colecistectomia. Durante esse período, ela foi ajudada por seu ex-marido, Joe DiMaggio, com quem ela havia restabelecido a amizade.
Em 1961, Marilyn voltou para Los Angeles após seis anos em Nova Iorque e começou um relacionamento com Frank Sinatra. Ela voltou ao público em 1962, quando recebeu um prêmio especial no Globo de Ouro por sua contribuição à indústria cinematográfica.
Em abril de 1962, Marilyn começou a trabalhar em “Something’s Got to Give“, uma regravação de “My Favorite Wife” (1940) para a 20th Century Fox. Contudo, a produção do filme foi atormentada por atrasos e problemas de saúde de Monroe. A atriz foi demitida do estúdio em 7 de junho de 1962, acusada de quebra de contrato e de falta de profissionalismo.
Sonhos Interrompidos: Os Planos Cinematográficos Inacabados de Marilyn Monroe nas Semanas que Antecederam sua Morte
Nas semanas que antecederam a sua morte, Marilyn Monroe estava negociando o seu retorno para “Something’s Got to Give“, além de planejar estrelar “What a Way to Go!” (1964) e um filme biográfico sobre Jean Harlow, a sua grande inspiração. Marilyn e seu amigo Sidney Skolsky há muito vinham traçando planos para uma cinebiografia de Harlow, outra loira bombástica de Hollywood que morreu jovem. Infelizmente, esses projetos nunca se materializaram, deixando um vazio na carreira da icônica Marilyn Monroe.
O Amanhecer da Tragédia: Detalhes do Último Dia de Marilyn Monroe
Nas primeiras horas da manhã de 5 de agosto de 1962, a estrela de Hollywood, Marilyn Monroe, encontrava-se sozinha em seu lar em Los Angeles. O silêncio daquela noite foi rompido quando seu psiquiatra, Ralph Greenson, encontrou seu corpo inerte no quarto. Greenson foi chamado à casa de Marilyn pela empregada Eunice Murray, que acordou às 03h00 sentindo uma inquietação anormal.
A luz do quarto de Marilyn ainda brilhava por baixo da porta, mas nenhuma resposta foi ouvida após repetidas chamadas. Murray descobriu que a porta estava trancada e chamou Greenson, temendo o pior. A morte de Marilyn, aos 36 anos, foi confirmada pelo médico Hyman Engelberg, que chegou à casa pouco antes das 04h00 e comunicou a triste notícia ao Departamento de Polícia de Los Angeles.
A investigação da morte de Marilyn foi conduzida pelo Departamento de Examinação Médica em conjunto com os peritos da Prevenção de Suicídio de Los Angeles. Os resultados revelaram que ela tinha morrido entre as 20h30 e 22h30 da noite anterior. A causa de sua morte foi intoxicação por barbitúricos. A quantidade desses medicamentos no corpo de Marilyn era várias vezes maior que a dose letal, descartando a possibilidade de overdose acidental.
Os médicos que conheciam Marilyn concordaram que ela sofria de graves temores e depressões frequentes, além de abruptas e imprevisíveis mudanças de humor. Considerando isto, e a ausência de qualquer indício de crime, sua morte foi classificada como um provável suicídio.
A Comoção Mundial e as Trágicas Repercussões da Morte de Marilyn Monroe
A notícia da morte de Marilyn Monroe abalou o mundo. Foi relatado que a taxa de suicídio em Los Angeles dobrou após a confirmação de sua morte. O escritor francês Jean Cocteau declarou que a morte de Marilyn deveria servir como uma terrível lição para todos aqueles que se ocupavam de espiar e atormentar a vida das estrelas de cinema.
Teorias e Mistérios: As Conspirações em Torno da Morte de Marilyn Monroe e a Surpreendente Revelação de sua Casa em Brentwood
A morte de Marilyn Monroe gerou diversas teorias conspiratórias, entre as quais, a de que ela poderia ter sido assassinada. A mais conhecida dessas teorias envolve o então procurador-geral Robert F. Kennedy, alegando que ele teria ordenado sua morte para evitar a divulgação de segredos da família Kennedy. Entretanto, nenhuma evidência que comprovasse essas alegações foi encontrada.
Além das teorias sobre sua morte, surgiram informações intrigantes relacionadas à vida privada de Marilyn Monroe. Descobriu-se que a casa modesta em Brentwood, Califórnia, que Monroe possuía, foi grampeada. Essa revelação veio à tona quando os atores Michael Irving e Veronica Hamel adquiriram a propriedade nos anos 1970, cerca de uma década após a morte de Monroe. Durante uma reforma na casa, o casal fez uma descoberta chocante: um sofisticado sistema de escuta telefônica de nível governamental estava instalado por toda a residência.
Despedida Eterna: O Tocante Funeral de Marilyn Monroe e as Impressionantes Similaridades com Jean Harlow
Seu funeral, ocorrido em 8 de agosto de 1962, foi fechado ao público e organizado por Joe DiMaggio e pela sua gerente de negócios Inez Melson. Centenas de espectadores lotaram as ruas ao redor do cemitério de Westwood Village Memorial Park, mostrando a comoção e o amor dos fãs por Marilyn Monroe.
Mesmo na morte, Marilyn compartilhava uma conexão com Jean Harlow, pois ambas tiveram figuras importantes em suas vidas que entregaram flores em seus túmulos. DiMaggio, seguindo a tradição de William Powell com Harlow, visitou o túmulo de Monroe várias vezes por semana durante 20 anos, cumprindo uma promessa mórbida feita no dia do casamento.
Pouco antes de sua morte, DiMaggio vinha contando a amigos que eles iriam se casar novamente. Quando ela morreu, ele se recusou a permitir que qualquer pessoa de Hollywood comparecesse. “Diga a eles, se não fosse por eles, ela ainda estaria aqui“, disse ele.
O Testamento de Marilyn Monroe: Uma Gratidão Duradoura a Lee Strasberg e sua Jornada de Transformação
Lee Strasberg, mais do que um instrutor, foi um guia para Marilyn Monroe até o fim de sua vida. Com sua orientação e treinamento, Monroe passou de uma jovem atriz estereotipada como “loira burra”, lutando com timidez excessiva e gagueira, para uma excelente atriz premiada com o Globo de Ouro. A transformação de Monroe, sob a tutela de Strasberg, foi profunda e duradoura, e o impacto desse relacionamento não se limitou às telas de cinema.
Em seu testamento, Monroe deixou 75% de sua propriedade para Strasberg, uma decisão que reflete o respeito e a gratidão que ela sentia por seu mentor. Além disso, 25% de sua fortuna foi legada à Dra. Marianne Kris, sua psicanalista, e um fundo fiduciário assegurava para sua mãe, Gladys Baker Eley, uma soma anual de US$ 5.000.
A vida de Marilyn Monroe foi intensa e marcada por desafios, incluindo traumas de abuso e a busca por seu pai. No entanto, ela encontrou redenção nas telas, brilhando com seu magnetismo único. Além de conquistar sucesso como atriz, Marilyn teve um impacto significativo nas mulheres de sua época, desafiando as limitações impostas pelo machismo e inspirando-as a buscar suas próprias conquistas profissionais. Sua coragem em ser livre sexualmente e lutar por seus direitos profissionais contribuiu para quebrar paradigmas e expandir as possibilidades para as mulheres. Marilyn Monroe deixou um legado inesquecível como uma ícone corajosa que desafiou convenções, viveu com paixão e intensidade, e inspirou gerações de mulheres a seguirem seus sonhos e desafiarem as expectativas sociais.
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