Agatha Christie, uma das mais famosas escritoras de romances policiais do mundo, nasceu em 1890 em Torquay, na Inglaterra. Ela é conhecida por seus mistérios inteligentes e intrigantes, que a tornaram uma das escritoras mais populares de todos os tempos. Além de seus romances, Christie também foi bem sucedida no teatro, tendo escrito diversas peças que foram encenadas com grande sucesso.
A Ratoeira (The Mousetrap) é uma das peças mais bem-sucedidas de Agatha Christie, sendo encenada em mais de 50 países e em 27 idiomas diferentes desde sua estreia em 1952 no Theatre Royal em Nottingham. Essa produção acumulou várias curiosidades ao longo dos anos, o que a torna ainda mais interessante.
Uma curiosidade notável é que A Ratoeira é a peça de teatro mais longeva da história, já que tem sido encenada continuamente desde 1952 até hoje.
Após a estreia no Theatre Royal, a peça fez uma turnê pelo Reino Unido antes de estrear em Londres em novembro do mesmo ano, no New Ambassadors Theatre, onde permaneceu por quase 22 anos. Posteriormente, a peça foi transferida para o St. Martin ‘s Theatre, onde é apresentada até hoje.
Mas você sabia que ‘A Ratoeira’ começou como uma peça de rádio escrita a pedido da BBC para a Rainha Mary?
O que poucos sabem é que “A Ratoeira” começou como um programa de rádio escrito a pedido da BBC para a Rainha Mary e o Rei George V. Originalmente intitulada ‘Três Ratos Cegos’(Three Blind Mice), a história foi mais tarde adaptada em uma peça e um conto. No entanto, foi necessário alterar o título original para “A Ratoeira” porque já havia uma peça com o mesmo nome.
A Influência de Shakespeare em A Ratoeira de Agatha Christie
A Ratoeira tem um nome que faz referência ao famoso dramaturgo William Shakespeare. A origem do nome vem de uma inspiração fornecida pelo genro da autora, que sugeriu o título “A Ratoeira” como uma referência à peça dentro da peça em Hamlet, intitulada “The Mousetrap”.
Na peça de Shakespeare, “The Mousetrap” é a encenação de uma peça criada pelo príncipe Hamlet para tentar expor a culpa do assassino de seu pai, o rei. A ideia do genro de Agatha Christie foi usar essa referência para dar nome à peça de sua sogra, já que a trama gira em torno de um assassinato e da busca pelo culpado.
Os recordes e curiosidades de uma peça que não para de surpreender
Desde a estreia, mais de 460 atores e atrizes já participaram da peça, com alguns deles entrando para o Guinness Book. David Raven, por exemplo, entrou para o livro como o “ator mais duradouro”, por ter interpretado o personagem Major Metcalf em 4.575 apresentações. E a atriz Nancy Seabrooke entrou para o Guinness por ter sido a substituta de um personagem por incríveis 15 anos.
A Ratoeira também conta com algumas curiosidades, como o fato de Agatha Christie ter acreditado, inicialmente, que a peça teria uma duração máxima de oito meses. Ela também deu os direitos da peça para seu neto, Mathew Prichard, quando ele tinha apenas nove anos de idade.
A peça entrou para o livro dos recordes em 12 de abril de 1958, quando se tornou a peça de teatro mais longa da história do teatro britânico. Desde então, A Ratoeira não para de bater recordes, com cada apresentação marcando um novo recorde mundial.
Apesar do sucesso, há uma cláusula no contrato que impede a produção de um filme oficial da peça até que ela deixe de ser apresentada nos palcos por pelo menos seis meses. Então, por enquanto, quem quiser conhecer a história de A Ratoeira terá que assistir a uma das apresentações ao vivo.
Presos na Ratoeira: Um Mistério a Ser Desvendado
A trama de ‘A Ratoeira’ se passa em uma pensão isolada no campo, onde um grupo de pessoas fica preso por causa de uma tempestade de neve. Quando um dos hóspedes é assassinado, todos os demais se tornam suspeitos e temem pela própria vida. A investigação do crime é liderada pelo sargento Trotter, que tenta desvendar o mistério e encontrar o assassino antes que ele faça mais vítimas.
Como um típico exemplo do subgênero “Whodunit” (quem fez isso), “A Ratoeira” desafia o público a tentar desvendar o mistério junto com os personagens, mantendo a tensão e o suspense até o último minuto.
Durante a investigação do assassinato, o sargento Trotter reúne todos os suspeitos na sala de jantar para montar uma armadilha e revelar a identidade do assassino. É um momento de grande tensão e expectativa, onde o público tenta juntar as peças do quebra-cabeça para desvendar o mistério junto com os personagens.
Torne-se cúmplice: O segredo por trás da tradição de guardar o assassino em segredo após a peça
No final de cada apresentação, o público é convidado a manter em segredo a identidade do assassino para preservar a experiência para os espectadores futuros.
A tradição de manter em segredo a identidade do assassino faz parte do encanto da peça, permitindo que cada nova plateia experimente a emoção de tentar resolver o caso por si só. Essa tradição é respeitada não apenas pelos espectadores, mas também pelos atores e pela equipe de produção, que trabalham incansavelmente para preservar o segredo até o final da apresentação.
Rumo à Broadway
Por fim, “A Ratoeira” está indo para os palcos da Broadway pela primeira vez. O produtor britânico Adam Spiegel junto com o produtor vencedor do Tony Awards, Kevin McCollum, estão trabalhando na produção da peça em solo estadunidense. Além disso, a peça terá o mesmo final como é apresentada em Londres. Ou seja, sem revelar a identidade do assassino.
Saiba mais aqui.
Assista ao trailer da peça:
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