O longa “Central do Brasil” (1999) é, sem dúvidas, um dos melhores e maiores do cinema brasileiro. Sua história marcou tanto o cinema nacional que até hoje serve de inspiração para outros filmes nacionais.
Dirigido por Walter Salles e escrito por João Emanuel Carneiro junto com Marcos Bernstein, o longa é ambientado no Brasil e acompanha Dora (Fernanda Montenegro), uma professora aposentada que trabalha como escritora de cartas para pessoas analfabetas na Estação Central do Brasil. Nisso, ela vê Josué, um garoto cuja mãe morreu atropelada por um ônibus, e por fim, ela ajuda o menino a encontrar seu pai no Nordeste.
A história do filme comoveu a muitos, tornando-se um marco do cinema nacional. Por isso, separei aqui cinco curiosidades sobre esta obra prima do cinema brasileiro. Vamos lá!
Teste de elenco competitivo
Vinicius de Oliveira, o Josué em “Central do Brasil”, contou com a sorte para conseguir viver o pequeno garoto na trama. Além dele, havia mais de 1500 meninos que concorriam ao tão sonhado papel. Na época, o ator tinha 11 anos de idade e trabalhava como engraxate, até que Salles o conheceu e o chamou para fazer um teste. Por fim, nem precisamos falar como terminou, né?
Inspirado em uma história real
Em “Central do Brasil”, o primeiro rosto filmado é o de Socorro Nobre. Ela aparece ditando uma carta para Dora, a professora que escreve cartas e assim ajuda as pessoas analfabetas que a procuram. Porém, a personagem vivida por Montenegro é, na verdade, a própria Socorro na vida real.
Em 1986, Nobre acabou presa e permaneceu sete anos cadeia, condenada como cúmplice no assassinato de seu próprio irmão. Enquanto ela esteve em cárcere, ela passava a maior parte do tempo escrevendo cartas e ajudava as detentas que não sabiam escrever. Além disso, a mulher contou que esse gesto vem desde quando sua mãe pedia ajuda para ela escrever cartas aos parentes.
A realidade na trama
Assim que Fernanda Montenegro montou a sua pequena mesa para filmar “Central do Brasil” na estação, algumas pessoas se aproximaram da atriz e pediram ajuda para que ela escrevesse cartas. Ao observar a situação, Salles ficou admirado e decidiu adicionar algumas destas cenas reais no longa.
Reconhecimento internacional
Em 1999, o longa ultrapassou as fronteiras e ganhou reconhecimento mundial. Primeiramente, ganhou prêmios em diversos festivais do exterior como, por exemplo, no festival de Berlim, onde levou o Urso de Ouro, considerado o prêmio máximo do evento.
“Central do Brasil” foi reconhecido no Globo de Ouro, vencendo a categoria de Melhor Filme Estrangeiro. O longa se fez presente no Oscar em duas categorias: Melhor Filme Estrangeiro e Melhor Atriz para Fernanda Montenegro. No entanto, perdeu para o longa italiano “A Vida é Bela” e para Gwyneth Paltrow que, atuou em “Shakespeare Apaixonado”.
Um dos filmes nacionais mais bem avaliado
“Central do Brasil” é super aclamado internacionalmente, tornando-se um dos filmes nacionais mais bem avaliado. No Rotten Tomatoes, o longa conta com 96% de aprovação da crítica e 95% do público em geral, baseado em mais de 10 mil avaliações. Além disso, o filme é um dos mais avaliados do Letterboxd, site onde usuários dão notas e reviews em filmes.
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