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Diretores com métodos de direção polêmicos

Métodos de Direção Polêmicos

No universo do cinema, não são poucos os casos de diretores com métodos de direção um tanto quanto polêmicos.

A fim de extrair o máximo de seus colaboradores durante o processo de criação de determinada obra, alguns profissionais acabam passando dos limites.

Desse modo, a linha entre o perfeccionismo e a opressão, entre a busca pela perfeição e a insanidade, acaba ficando cada vez mais tênue.

Por conta disso, é bastante provável que algum filme guardado na sua lista de preferidos, possua bastidores verdadeiramente problemáticos.

Mas, no final das contas, será que vale tudo em busca da cena perfeita?

Astro de “Elvis” revela métodos de direção polêmicos

Em entrevista concedida recentemente, o ator americano Austin Butler, astro do filme “Elvis” (2022), revelou ter sofrido nos bastidores das gravações do longa.

Austin Butler dá vida à Elvis Presley no cinema | Fonte: Rolling Stone – UOL

Segundo ele, o cineasta e alguns produtores do filme improvisaram uma espécie de bullying coletivo, humilhando o ator durante as filmagens.

A ideia do método de direção pouco ortodoxo era justamente fazer com que Austin Butler passasse pelo que Elvis Presley passou ao ser rechaçado pelo público no início da carreira.

Visto que o astro foi pego completamente de surpresa, a cena real acabou tendo efeitos no longa:

“O diretor pediu que os produtores me provocassem. Então ficaram todos eles me importunando e fazendo piadas comigo enquanto eu cantava, sem que eu soubesse de nada. Quando fomos filmar essa cena, com o Elvis indo para o palco pela primeira vez e é atacado pelo público, eu sabia o que ele sentiu. Fui para casa chorando naquela noite. De verdade.”

Quando a busca pela perfeição ultrapassa os limites legais

Apesar de Austin Butler ter lidado bem com os métodos de direção polêmicos, às vezes os resultados ultrapassam completamente o limite do razoável.

Um dos maiores escândalos nesse sentido, sem sombra de dúvidas, se deu durante as gravações do filme “O Último Tango em Paris”, lançado em 1972.

Embora tenha feito grande sucesso na época, o filme sempre esteve envolvido em uma série de polêmicas, até um estupro ter sido revelado.

“Último tango em Paris”, de Bertolucci, se tornou símbolo da violência sexual no cinema | Fonte: G1

Durante as filmagens, o diretor Bernardo Bertolucci e o astro Marlon Brando usaram “táticas abusivas” para conseguir produzir reações reais da atriz principal.

No entanto, apenas no ano de 2007, Maria Schneider trouxe o seu drama à público, revelando que havia sido forçada a fazer sequências que não estavam no script e que se sentiu violentada:

“Me senti humilhada e, para ser honesta, um pouco violentada por Marlon e Bertolucci.”

A polêmica relacionada ao longa e as mais de quatro décadas até que o caso repercutisse na indústria, são exemplos que ratificam os padrões da cultura do estupro e a ideia de que “vale tudo pela arte”.

A Linha tênue entre perfeccionismo e metodologia abusiva

Ainda que não ultrapassem as barreiras legais, outros diretores consagrados também são bastante conhecidos por suas metodologias extravagantes.

No caso de Stanley Kubrick, por exemplo, o diretor não tem pena de regravar uma única cena por dezenas ou até mesmo centenas de vezes.

Considerado um dos maiores filmes de terror de todos os tempos, “O Iluminado” (1980) é o exemplo perfeito desse perfeccionismo exacerbado.

Apesar de Shelley Duvall ter interpretado uma das cenas mais emblemáticas da história do cinema, o caminho para o estrelato não foi nada fácil…

Segundo o astro Jack Nicholson, a atriz foi forçada a refazer a icônica cena do machado por mais de cento e vinte vezes.

Alerta de Spoiler

De acordo com a própria Shelley Duvall, a pressão das filmagens e o trauma gerado pelas repetições fez com que seu cabelo começasse a cair.

Preparadora de elenco é alvo de denúncias no cinema nacional

O renomado cineasta David Fincher é mais um caso famoso de diretor que leva o seu elenco ao limite da exaustão, empilhando dezenas de “takes” por hora.

James Cameron, diretor de “Titanic” (1997) e “Avatar” (2009), carrega a mesma fama de perfeccionista e, até mesmo, ditador.

Mas no caso do cinema nacional, a preparadora de elenco Fátima Toledo é um dos exemplos mais controversos quando o assunto são os exageros no set.

Em diversas ocasiões, Fátima foi acusada de abusos físicos e psicológicos por parte de profissionais que já trabalharam com ela.

Até mesmo a ONG “Respeito em Cena”, que combate violência psicológica no meio artístico, publicou um manifesto contra a preparadora de elenco.

O documento foi assinado por duzentas atrizes, atores e profissionais.

Método controverso de Fátima Toledo tem reconhecimento mundial

No entanto, uma coisa é inegável: na clássica cena do filme “Cidade de Deus” (2002), por exemplo, em que uma criança precisa decidir entre um tiro na mão ou no pé, o método Fátima Toledo deu resultado.

Alerta de Spoiler

Naquela ocasião, a equipe do longa sugeriu que o ator Leandro Firmino, intérprete do icônico “Zé Pequeno”, assustasse o ator mirim constantemente durante os ensaios.

Além disso, Fátima Toledo conversou com a criança, que nunca havia atuado, e descobriu que o seu maior medo seria o de voltar a sofrer com fortes dores de dente.

Por conta disso, a preparadora pediu para o menino fingir que a dor de dente havia se transferido para o pé sempre que contracenasse com Leandro Firmino, diante do seu visível desconforto.

O resultado final foi uma cena bastante elogiada por todos os cantos do mundo, às custas de uma criança acuada durante as gravações…

São os ossos do ofício? Quais são os limites dos métodos de direção?

Conta para a gente aqui embaixo nos comentários e continue acompanhando o que há de mais relevante no mundo das artes aqui na Hipérion News!

Wilson Almeida

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